Bonsai (japonês: 盆栽, bon-sai) significa "árvore em bandeja" ou "árvore num vaso".
Um bonsai precisa ter outros atributos além de simplesmente estar plantado num vaso raso e pequeno. A planta deve ser uma réplica de uma árvore da natureza em miniatura. Deve simular os padrões de crescimento e os efeitos da gravidade sobre os galhos, além das marcas do tempo e estrutura geral dos galhos. Essencialmente é uma obra de arte produzida pelo homem através de cuidados especializados.
O Bonsai não se trata de uma espécie vegetal específica, mas sim de uma técnica utilizada em árvores com o objetivo de “miniaturizá-la” inspirando-se em formas existentes na natureza. Não há árvore de Bonsai, mas árvores que se transformam pelo processo de Bonsai. Na prática, é a arte de selecionar e transformar árvores que tenham potencial para se assemelhar a uma réplica na natureza.
Através da observação percebe-se que as árvores têm tendências de comportamento e estilos próprios. Também encontramos uma classificação de estilos de bonsai e formas mais tradicionais baseado no estilo natural das árvores. Suas principais categorias se baseiam principalmente nas formas e no número total de árvores na composição.
Origem Histórica do Bonsai.
Embora a palavra ‘Bon-sai’ seja japonesa, a arte que ela descreve tem origem no império chinês. Por volta do ano 700 a.C. os chineses começaram a arte do ‘pun-sai’, usando técnicas especiais para cultivar árvores anãs em bandejas. Originalmente, apenas a elite da sociedade praticava o pun-tsai com espécimes coletadas nativas, e, assim, as árvores foram espalhadas por toda a China como presentes de luxo. Durante o Período Kamakura, período em que o Japão adotou a maior parte das marcas registradas culturais da China, a arte de cultivar árvores em bandejas foi introduzida no Japão. Os japoneses desenvolveram o Bonsai ao longo de certas regras devido à influência do zen-budismo e do fato de que o Japão tem apenas 4% do tamanho da China continental. A variedade de formas de paisagem era, portanto, muito mais limitada. Muitas técnicas, estilos e ferramentas largamente conhecidos hoje foram desenvolvidos no Japão a partir de originais chineses. Embora conhecido de forma limitada fora da Ásia por três séculos, só recentemente o Bonsai tem sido verdadeiramente difundido fora de seus países de origem.
A Arte do Bonsai Como Passatempo.
No ocidente, o cultivo de bonsai como passatempo desenvolveu-se bastante nos últimos 200 anos e hoje estas pequenas árvores estão espalhadas por todo o mundo. O crescente interesse pelo bonsai é partilhado com a crescente atenção dada às artes orientais nos últimos anos.
Apesar de parecer um passatempo extremamente exótico, o cultivo de árvores em miniatura não é por si só muito mais complexo do que a jardinagem comum aplicada a plantas em vasos. A diferença básica é o cuidado para reproduzir as características de uma árvore de porte muito maior, e aí reside a dificuldade. Mais do que cuidadosas poda e adubação, é preciso também muita paciência e alguma habilidade artística. Em algumas lendas, o bonsai representa boa sorte e muito dinheiro, mas isso é deixado de lado quando conhecemos o verdadeiro significado e o sentido do Bonsai.
A CIMA FOTO DO BONSAI DE MIYAGI
O crescimento das árvores é controlado com a aplicação de diversas técnicas:
Restrição do crescimento das raízes pelo vaso utilizado: Uma árvore não possui essa restrição na natureza, por isso cresce livremente.
Uso de adubos com menor quantidade de nitrogênio: O nitrogênio em excesso provoca crescimento acelerado e folhas com tamanho maior que o desejado.
Rega em quantidades moderadas: Entenda-se por moderada a rega feita com critério, não com economia. O que não podemos fazer é molhar nosso bonsai todos os dias, senão ele seca de um dia para o outro, por isso o clima, o vento, a localização da árvore vão sempre incidir diretamente na frequência de rega. A rigor, deve usar-se a sensibilidade, regar quando a terra estiver seca, e não regar quando ela estiver ainda úmida.
As árvores não são modificadas geneticamente. Praticamente qualquer espécie pode ser utilizada, sendo as mais famosas, as dos gêneros Pinus (pinheiros), Acer (bordo), Ulmus (olmos), Juniperus (junípero/zimbro), Ficus (figueira), Rhododendron (rododendro ou azálea), dentre outros.
Estilos de Bonsais:
Podem ser encontrados bonsais de vários tamanhos, sendo que a maioria fica entre 5 cm e 80 cm. Os bonsais medindo até aproximadamente 25 cm podem ser chamados shohin. Costuma-se chamar os bonsais menores que 7 cm de nano.
Podemos encontrar, na natureza, árvores que crescem em formas bastante variadas. Essas formas são imitadas através de "treinamento" (amarração e poda). Os estilos abaixo são os básicos tradicionais. Existem outros que são considerados subtipos dos descritos abaixo.
Chokan: Estilo ereto formal. Árvore com tronco reto, que vai diminuindo de espessura gradualmente, da base ao ápice. Os ramos devem ser simétricos e bem balanceados.
Moyogi: Estilo ereto informal. Tronco sinuoso, inclinando-se em mais de uma direção à medida que progride para o ápice, embora mantendo uma posição geral mais ou menos ereta. A árvore deve dar a impressão de um movimento gracioso.
Shakan: Estilo inclinado. Tronco reto ou ligeiramente sinuoso, inclinando-se predominantemente em uma direção.
Kengai: Estilo cascata. A árvore se dirige para fora da lateral do vaso e então se movimenta para baixo, na direção da base do vaso, ultrapassando a borda do mesmo. Os vasos nesse estilo são estreitos e profundos.
Han-kengai: Estilo semi-cascata. Semelhante ao anterior, com a árvore caindo a um nível abaixo da borda do vaso, mas não chega a altura da base do vaso.
Fukinagashii: Varrido pelo vento. Árvore com ramo e tronco inclinados como que moldados pela força do vento.
Métodos de Cultivo do Bonsai - Misho.
O método do misho é o cultivo a partir de sementes. Consiste em escolher uma espécie que dela se queira adquirir um bonsai, conseguir algumas sementes desta planta (se a espécie escolhida não apresentar sementes, o misho não se emprega nesse caso), plantar e esperar a germinação - processo que pode durar, dependendo da espécie, de 1 a 3 meses.
Método:
Escolhidas as sementes, deve-se selecionar as que estão ainda viáveis. Um método bastante eficaz consiste em deixá-las em um vaso com água na noite anterior ao plantio, de um dia para o outro. As sementes férteis irão afundar e as mortas flutuarão.
Deve-se preparar a sementeira, de preferência um vaso ou caixa de madeira com aproximadamente 15 cm de profundidade, com um orifício no fundo para drenagem, que deve ser coberto com uma tela de náilon para impedir escoamento do conteúdo.
Deve-se cobrir 1/4 da profundidade do vaso com grânulos de cascalho.
A camada seguinte deve ser já o substrato (sem cascalho fino) até um pouco mais da metade do vaso. Não deve ser utilizado nenhum tipo de adubo nessa fase.
As sementes devem ser depositadas nessa camada de terra, separadas 4 cm uma das outras e cobertas com uma camada de 2cm de terra fina.
A rega deve ser abundante, mas não a ponto de encharcar o vaso.
Depois de 3 meses de brotamento as plantas estão prontas para adubação. Pode ser aplicada uma pequena quantidade de adubo líquido, colza ou torta de mamona.
Dependendo da espécie, a época de se transplantar a muda para uma bandeja de bonsai varia entre 1 a 2 anos. Após esse período ainda não temos um bonsai, apenas uma muda. Deve-se então continuar com os passos do método Yamadori.
Yamadori:
Yamadori significa mudas colhidas na natureza, mas para conseguir as mudas, você pode muito bem comprá-las num horto. Este método pode ser aplicado como continuação do misho, porém, com a economia de alguns meses (a idade da muda irá influir neste caso). A muda deve apresentar caule curto porque algumas espécies tendem ao crescimento vertical exagerado do caule, tornando-se inadequadas para se tornarem um bonsai - por isso devem ser moldadas desde muito cedo.
Vale notar que, em caso de colheita da muda natural, deve-se ter cuidado para não danificar as raízes na hora da retirada.
Método:
As mudas, quando compradas, geralmente virão em um saquinho de plástico preto que deverá ser removido no início do processo.
Embora os bonsais sejam plantados em uma bandeja, as mudas adquiridas não devem ser replantadas de imediato nesse tipo de recipiente pois ainda não são bonsais - devendo, portanto, ser replantadas com procedimentos semelhantes aos do misho, no que diz respeito ao preparo do solo.
Uma vez que a muda for retirada da terra, os galhos devem ser podados na proporção do volume das raízes. A poda deve ser feita com tesoura bem afiada e muito cuidadosamente, de modo a não prejudicar a forma que se deseja dar ao futuro bonsai. Deve-se começar a poda pelas raízes secas ou danificadas, e prosseguir para os galhos em igual situação. Terminada a chamada poda de limpeza, deve-se observar a proporção do volume de raízes em relação aos galhos: se faltarem muitas raízes, talvez seja necessário podar alguns galhos. A proporção dos galhos em relação às raízes é geralmente seis galhos para quatro raízes.
Deve-se acomodar as raízes da muda no vaso e acrescentar terra gradualmente, compactando-a levemente com os dedos. O vaso deve conter terra o suficiente para cobrir as raízes, mas sem nunca ultrapassar a borda do vaso. Deve-se pressionar a área aterrada com as mãos usando pouca força, e sem a utilização de ferramentas.
Depois que a muda for plantada, talvez ela precise ser amarrada ao vaso com um barbante forte, fio ou apoiada de alguma forma para não mudar de posição ou cair, até que as raízes fiquem mais fortes. Esse apoio deve ser mantido por cinco meses.
As mudas recentemente plantadas devem ser colocadas a meia sombra, ao abrigo dos raios diretos do sol e do vento. Como este é o estágio de crescimento de raízes novas, deve-se regar a terra duas vezes por dia durante os três primeiros meses.
Existem também outros métodos de cultivo como o sashiki, que é a preparação de mudas para bonsai por estacas de galhos, e a alporquia, que é a técnica aplicada com o objetivo de forçar o crescimento de raízes de um determinado local de um galho ou segmento de tronco de uma árvore natural.
fonte: wikipedia
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